quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Barreado ComTradição


O Barreado
Fomos buscar nas culinárias: indígena, africana e portuguesa formas tradicionais de preparo dos alimentos.   De acordo com Câmara Cascudo a técnica do barreado já era dominada tanto por ameríndios quanto por africanos desde o século XVII ( leia o histórico do processo).
Nossas carnes e legumes são temperados  com especiarias 48 horas antes de serem servidos. Depois de curtidos durante 24 horas, são levados ao forno cupim para serem moqueados (levemente defumados ) na fumaça da galhada de angico. Só então montamos o barreado propriamente dito.
Em panelas de barro, especialmente confeccionadas por artesãos locais, as carnes e legumes são acondicionados com temperos verdes e temperos líquidos,  as panelas são  vedadas com folhas de bananeira e lacradas com uma massa de farinha de mandioca, cinzas e água.  O lacre impede  que os vapores do cozimento escapem enquanto o alimento permanece por mais quatro horas no forno à lenha.  Após todo esse processo o barreado estará pronto para ser servido. No ComTradição o cliente o encontrará sobre o fogão à lenha.
Os acompanhamentos são:  o arroz (preparado de três maneiras diferentes à escolha do cliente), engrossado de milho, creme de inhame, de abóbora ou de bata doce e banana da terra grelhada no forno à lenha.
 Obs: devido a sua forma de preparo os barreados devem ser encomendados com 48 horas de antecedência.
Histórico do processo
Quando o índio se juntou ao branco, ensinou-lhe técnicas de caça e pesca,  a utilização do barro para fazer suas panelas e a mania preguiçosa de dormir em rede.
 Ensinou-lhe também a fazer a pamonha, utilizando o milho que havia domesticado alguns milhares de anos antes. A comer a mandioca, prensada no tipiti.  A moquear  a carne e a cobrir sua casa com folhas de palmeiras.  

 Carne de porco moqueada ComTradição

Barrear a panela

O nome barreado advém do processo de barrear (lacrar) a panela de barro para que os vapores dos temperos impreguinem a carne e/ou legumes lentamente sem exalar para o ambiente.
Tanto ameríndios como africanos conhecem esse processo. Os indígenas do Maranhão chamavam-no biaribu "cozinhando em covas abertas com folhas verdes, lenha e fogo" (Francisco de Paula Ribeiro. ‘Índios do Maranhão’, Revista Trimestral do Instituto Histórico Brasileiro, v. III, 190). O autor escrevia em 1819. Os negros da África Equatorial preparam as melhores peças de caça dessa forma. Os indígenas Sioux, de leste do Mississipi e de Ohio, do grupo dos Assinoboines, entre o Yellowione River e do lago Winipeg, eram denominados Stoneboilers porque cozinhavam o alimento em buracos cavados no solo e rodeados de pedras aquecidas.

Para Augusto Emílio Zaluar (Peregrinação pela província de São Paulo. São Paulo, Editora Cultura, 1943, p. 52. A primeira edição é de 1863) o nome de barreado provirá de Barreiro (município de São Paulo) onde o processo era tradicional. Ele  cita, sem nomear, o futuro barreado: "No terreiro da fazenda do senhor José Celidônio encontram-se ainda umas toscas panelas de barro à superfície da terra, ou antes emborcadas no solo, que são dignas de observar-se, pois era aí que os indígenas cozinhavam a sua alimentação. O processo era simples: depois de lhe introduzir a comida que queriam preparar, cobriam a boca do utensílio com caras e folhas secas, e, pondo-lhe por cima uma camada de terra, largavam-lhe o fogo, e conseguiam assim os mesmos resultados que os discípulos de Brilliat-Savarin obtém hoje, auxiliados pelos elegantes e artísticos fogões modernos. Espero que esta descoberta arqueológica não será infrutuosa de todo para os amantes da arte culinária".

Barreado
ComTradição


sábado, 18 de agosto de 2012

Novidades no ComTradição

Essas são algumas novidades que estão sendo servidas no ComTradição neste final de semana:

Na Petiscaria: pamonha assada com linguicinha caseira e queijo minas, porções de tulipas de frango ao curry, batata assada com sementes de mostarda e alho.




No Restaurante e Bistrô: arroz com pequi e frango caipira com molho de leite de coco, além de nossos risotos de banana, de morangos ou de espinafre acompanhados de filé mignon ou lombo  de porco com molho de hortelã...

Venha saborear a ancestral culinária brasileira. Reservas pelo telefone: 62 -3322-6211 ou pelo email: reservas@comtradicao.com.br

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A vida na morte

Na cozinha do ComTradição trabalhamos com mais uma contradição. Observamos que as bananas do tipo nanica e da terra, quanto mais maduras e, portanto mais recobertas de pintas pretas, melhores se tornam para elaborarmos nosso doce de banana em calda artesanal, servido aos nossos clientes. 

Uma vez que dificilmente encontra-se bananas bem maduras no mercado, passamos a compra-las uma semana antes de preparar o doce e deixá-las amadurecendo, apurando o açúcar que contêm, para melhorar o sabor do doce.


Pesquisando sobre nosso ingrediente, a princípio, nos deparamos apenas com informações e depoimentos que tratam as tais pintas pretas como necrose dos frutos, ou seja, produto da fruta com células em decomposição.



Em um chat na internet encontramos o seguinte diálogo entre especialistas e produtores de banana tratando de como combater as pintas pretas nas bananas. Dele destacamos a seguinte frase:
“A Sigatoka Negra pode ser controlada com a pulverização de inseticidas sistêmicos associados a fungicidas sistêmicos. O moleque pode ser controlado com inseticida biológico Bauveria bassiana aplicado em iscas. O Trips poderá ser controlado com a eliminação do coração e ensacamento precoce dos cachos. A pinta preta com pulverizações de fungicidas.

Em outro site ( http://entranaciencia.blogspot.com.br) encontramos as seguintes informações sobre as pintas pretas.

"A maioria de nós gostamos de bananas. Além de apresentar uma cor amarela bem característica, as bananas têm uma outra característica que está presente em quase todos os exemplares: as manchas negras. Estas contrastam com a cor amarela própria dos pigmentos da fruta, e evidenciam um dos processos mais comuns em qualquer organismo vivo: a sua morte.
As manchas negras da banana não são mais do que células mortas da fruta, as quais vão crescendo de tamanho com o passar dos dias, evidenciando a morte do fruto. Todos se lembram de já ter reparado que as bananas quando amadurecem demais, vão perdendo a sua coloração original, adquirindo na sua totalidade a cor preta.
O cientista Bernhard Kräutler da Universidade de InnsbrucK na Austria decidiu investigar o processo. Para isso aplicou uma velha e conhecida técnica que neste caso mostrou ser muito eficaz : os raios UV. 
Na fotografia que aparece abaixo, podemos apreciar as manchas da banana rodeadas de um círculo de luz mais azulada que o resto. Esta zona está refletindo células que estão em pleno processo de morte, o que permite aos cientistas analisar este processo em tempo real.”



Fonte da notícia:

http://www.ojocientifico.com/

No entanto, continuando nossa pesquisa nos deparamos com a seguinte informação em Red Pachamama Internacional:


"De acordo com pesquisas científicas japonesas que investigam as tão combatidas pintas pretas das bananas maduras, nelas foi encontrada uma substância chamada “fator de necroses tumorais” que tem a capacidade de combater células anormais, ou seja, possíveis células cancerígenas.
Para os cientistas, quanto mais madura estiver a banana, com mais pintas pretas, mais eficaz se torna em ajudar os glóbulos brancos do sangue do organismo humano a combater possíveis células cancerígenas em desenvolvimento. A banana madura é mais alcalina e oito vezes mais eficaz do que as bananas verdes. Os cientistas recomendam comer de uma a duas bananas maduras por dia para aumentar sua imunidade."






O artigo científico foi disponibilizado no site: https://www.jstage.jst.go.jp/browse;jsessionid=86DF8C6D75656B8E4C65AC8F32A0998E
https://www.jstage.jst.go.jp/article/fstr/15/3/15_3_275/_pdf


Na cozinha do ComTradição


Como resultado de nossa pesquisa introduzimos em nosso cardápio o delicioso (na opinião de quem experimentou) risoto de banana (maduras e cheias de pintas pretas), certos de que estamos contribuindo para que nossos clientes tenham benefícios nutricionais ao saborearem os alimentos que preparamos...



Uma delícia !" - segundo nossa cliente, a jornalista Ana Cristina Vilela 


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Surpreenda: Dia dos Pais com almoço no ComTradição


No próximo final de semana, 10,11 e 12 de Agosto, surpreenda e comemore o Dia dos Pais no ComTradição, a menos de uma hora de Brasília ou de Goiânia. Venha experimentar nossa culinária diferenciada saboreando uma costelinha assada no forno à lenha com molho de frutas vermelhas, ou de hortelã, e purê de banana.





Na sexta e no sábado à noite serviremos, além dos risotos de morango e de espinafre, o risoto de banana com lombo e alecrim. 




Se preferir experimente nossa galinha caipira marinada e assada no forno à lenha acompanhada do purê de batata doce.



Na petiscaria experimente os escabeches de berinjela, abobrinha ou sardinhas,  as batatinhas ao azeite com ervas e pimenta calabresa e a coxinha da asa de frango ao molho curry.


Além de nossos sucos de amora e frutas vermelhas trouxemos o suco de uvas do cerrado Cálice de Pedra. Temos ainda o suco de manga, de limão rosa ou de maracujá com cidrão - uma delícia, bem como o tradicional abacaxi com hortelã.



Os barreados, devido ao tempo e a maneira de preparo, continuarão sendo servidos sob encomenda com 48 horas de antecedência - faça sua reserva pelo telefone 62-3322-6211 ou pelo email: restaurante@comtradicao.com.br